TRÍDUO DE NOSSA SENHORA DO
PERPÉTUO SOCORRO - 2015
1866 ÍCONE
DO AMOR 2016
1o. dia - ÍCONE DO AMOR
1. Mais
que qualquer outra imagem religiosa, o ícone segue a lógica da Encarnação. Se o
Antigo Testamento proibia fazer qualquer representação de Deus, a decisão
divina de encarnar-se
em Cristo Jesus faz do ícone um instrumento com o qual Deus nos fala. A
madeira, as cores, os símbolos se convertem em linguagem teológica, falam de
Deus, seguindo a lei da tradição e da oração. De fato, o ícone nasce num contexto litúrgico, e expressa a fé de um povo.
2.
O ícone de N. Sra. do Perpétuo
Socorro recolhe uma tradição
anterior, e segue falando-nos, especialmente se
nos aproximarmos dela numa atitude de oração. Neste ícone combinam-se os
elementos de outros ícones como o da “Virgem da Paixão” (pela presença dos
símbolos do Calvário), o da “Hodeguitria”
(a que indica o caminho a Jesus), e o da “Eleusa”
(Misericordiosa). É interessante que nossas liturgias atuais estejam em
sintonia com a multidão de fiéis do passado e do presente que, através deste ícone, se aproximam do mistério de
Deus.
3.
O nome de “Ícone do
Amor”, com o qual celebramos
estes 150 anos passados desde que o Papa Pio IX entregou esta imagem aos
cuidados dos Redentoristas,
quer recuperar os três elementos da tradição já mencionada numa mensagem de esperança para o povo de Deus. “Deus é amor”
(1 Jo 4,8), e Mãe do Perpétuo
Socorro no-lo repete de maneira clara.
4.
O olhar de Maria para conosco e o olhar de Jesus para a cruz nos envolvem num
mistério de amor. A compaixão, que surge do saber que estamos expostos ao mesmo
mistério de sofrimento e solidão, faz mais tolerante o peso da cruz, abrindo o
céu do ‘sentido’ e a proximidade. A mão de Maria sustentando a mão de Jesus nos revela quão importante é o amor na realização da nossa
missão.
5.
Maria neste ícone, como em grande parte dos ícones bizantinos, tem um olhar triste. Porém não é a
tristeza do deprimido ou do desesperado. Mãe é mãe e se preocupa, se interessa por nós. Maria é uma
mãe que sabe até que ponto a vida pode resultar, às vezes cruel. Maria é mãe, e
compreende nossas necessidades, inclusive antes que possamos contá-las.
6.
O mesmo Jesus parece olhar a cruz, porém seu olhar vai mais além. Sabe confiar
na fidelidade do Pai, que não se vê diminuída nem sequer quando o grito “Por que me
abandonastes?” nos faz temer ou desconfiar que lutamos e caminhamos em vão. Isto também
faz com que o ícone de N. Sra. Mãe do Perpétuo
seja um “ícone do Amor”: “O amor jamais deixará de existir” (1 Cor. 13,8) e é mais forte que a
morte.
Oração
à Mãe do Redentor.
Mãe
do Redentor, Virgem fecunda, porta do Céu sempre aberta, estrela do mar, vem
livrar o povo que tropeça e quer levantar-se. Diante da admiração do céu e da
terra, gerastes o teu Santo Criador, e permaneceste sempre Virgem, recebe a saudação
do anjo Gabriel, e tem piedade de nós pecadores.
2o. dia PALAVRA E FÉ
1. As mãos de N. Sra. Mãe do Perpétuo
Socorro tem um sentido simbólico. O centro do ícone é para muitos, representado pela mão
direita de Maria, a que se apegam as mãos de Jesus. Recorda-se a relação vital
com Jesus Cristo. É a
relação especial que uma mãe vive de maneira única e irrepetível trazendo o bebê no seu seio. Uma relação
que se faz mais forte quando uma criança tem medo. Uma relação que o fiel vive
através dos canais dos sacramentos e da oração.
2. A mão esquerda de Maria sustenta o
corpo de Jesus. O simbolismo próprio deste tipo de ícone lembra o gesto típico
de um bispo que sustenta o livro dos Evangelhos durante a liturgia. Maria
sustenta em sua mão esquerda a Palavra feita carne. É a mesma palavra que ela,
por costume, tinha por hábito usar para meditar em seu coração (Lc 2,51), especialmente quando o
menino concebido por obra do Espírito Santo, era para ela motivo de interpelação
e às vezes de angústia.
3. A Palavra continua fazendo-se
carne na vida dos batizados, no agir deles, nas suas decisões e na luta
contra o pecado. Encarnar a Palavra significa obedecer ao pedido feito por Maria no casamento em Caná:
"Façam tudo o que Ele lhes disser" (Jo 2,5). Essas são suas últimas
palavras no Evangelho. É nosso testamento espiritual. O compromisso de viver
uma relação vital com Jesus, tão forte que é capaz de reconhecer, como Ele a
voz do Espírito Santo e segui-la.
"Maria
é chamada a chave do céu porque ela nos abre suas portas em recompensa de nossa
devoção a ela" (Sto. Afonso Maria de Liguori).
4. Hoje mais que nunca, usamos
a figura do caminho para falar da "vida". Entendemos que não há
verdades absolutas, a não ser aquelas de Deus, para os fiéis: e ainda, vamos
descobrindo estas coisas nos acontecimentos que nos sucedem, nas experiências
que temos, nos sofrimentos e decepções que a vida nos oferece. A comparação da
vida como caminho sempre marcou o cristianismo. Desde o início, os discípulos
de Jesus eram reconhecidos como os
que seguiam o caminho (At 9,2; 19,9). O cristianismo é uma proposta que é considerada
e amadurecida na liberdade. É um dos muitos caminhos possíveis, embora
para nós, batizados, seja este o único caminho que nos leva à vida plena.
5. Quando colocada em contraste
com a razão, a fé era vista no passado muitas vezes como "escuridão" ou como um "salto no
vazio". A comparação utilizada pela "Luz da Fé", no número 3,
situa as coisas numa nova maneira: as opiniões humanas são importantes,
iluminam as relações e a sociedade. Porém sempre se trata somente de uma
pequena luz, capaz de iluminar o momento
seguinte, contudo não vai mais além. Só a grande luz da fé ilumina
suficientemente a vida como para ajudar-nos a descobrir um sentido em vista da
construção do bem comum, por exemplo, ou para perceber os limites que separam o
bem do mal. A grande diferença entre essa grande luz e as pequenas luzes se
nota (e já se vê muitas contraprovas) na gestão do bem comum, dos assuntos
públicos e dos meios de comunicação, na direção invisível da grande economia e
no noticiário cotidiano.
6. Maria é uma mulher de fé, por
excelência. Uma das primeira definições dadas pelo Novo Testamento sobre ela é: "aquela que
acreditou" (Lc 1,39).
Maria fez da sua vida uma
"peregrinação na fé". A grande luz da fé a ajudou a superar os
momentos escuros do seu caminho e a acreditar no Ressuscitado, inclusive sem
ter a necessidade de correr para ver o sepulcro. A
mão direita de N. Sra. Mãe do Perpétuo Socorro não só participa do destino terreno de Jesus. Também
nos sugere o caminho a seguir se queremos viver como filhos de Deus.
Oração
de S. Boaventura:
Deus
te salve Maria, cheia de dores, o Crucificado está contigo, aflita tu estavas entre todas as
mulheres, e dolorido é o fruto do teu ventre, Jesus. Santa Maria, mãe
do Crucificado: dá-nos
lágrimas, ao termos
crucificado o
Teu Filho, agora e na hora da nossa morte. Amém.
3o. dia - A SERVIÇO DA MISSÃO
1. O ícone de N. Sra. Mãe do Perpétuo Socorro foi um presente
extraordinário que a Igreja (por meio do Papa Pio IX) ofereceu aos filhos de
Sto. Afonso. O Papa não imaginava que esse ícone tinha uma síntese do carisma
redentorista. Nele está presente o mistério da Redenção com os símbolos da
morte e as cores da esperança. Nele está a solidariedade com os que sofrem.
Nele está o Evangelho que os Redentoristas são chamados a proclamar.
2. O ícone marcou um ritmo em
nossa missão. Em muitos casos o ícone nos precedeu. Vimos que, com frequência,
antes que os redentoristas chegassem num local para pregar, aí já existia a
devoção a Nossa querida Mãe do Perpétuo Socorro. Ela nos acompanhou,
porque este ícone serve como um meio para a oração e catequese, para explicar o
papel de Jesus e de Maria na vida cristã. Com frequência, este ícone deu um
seguimento a nossa missão, permanecendo na igreja ou numa paróquia para a
veneração do povo.
3. Nosso ícone é hoje em dia um
dos mais populares em todo mundo. Podemos dizer que fizemos muito para responder ao pedido de
Pio IX: "Tornai-a conhecida". Em vários lugares a devoção a Perpétuo Socorro cresceu, e a
afluência do povo é extraordinária em nível de participação. Em outros lugares o
ícone foi "adotado" pelo povo, convertendo-se em estátua, em mosaico,
em motivo de folclore. Sem dúvida, todavia há muita coisa a ser feita. Nem
sempre se compreende e aproveita-se do potencial teológico e espiritual que
este ícone traz consigo. Necessitamos de uma graça divina para todos nós
comprometermos mais neste sentido, a começar por nós mesmos os Redentoristas.
A VISÃO DE MARIA NA GRUTA DE ESCALA POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO
"A
Virgem me falou muitas
coisas maravilhosas e da
Congregação".
"É
impossível que um verdadeiro servo de Maria caia; uma brilhante luz está à
frente daqueles que se colocam a seu serviço" (Sto. Afonso Maria de Ligório).
4. Tudo isso não serve para estar a serviço de um nosso
"orgulho", da nossa parte, somente pelo fato de ser a "Virgem
dos Redentoristas", ou para promover um "devocionismo" fácil. Em nosso coração
deve haver um foco muito maior, mais exigente e ambicioso: que o ícone nos
ajude a anunciar a bela vida, boa e
feliz do Evangelho. Numa Igreja que há pouco entrou no terceiro milênio, é urgente que o mundo
descubra, através do nosso anúncio missionário, que o Evangelho é o caminho
para construir um futuro de justiça. Que longe de Jesus e de uma relação
verdadeira com Ele, o risco de engano e de abuso é muito forte. Que só no
Evangelho encontramos a perspectiva de uma esperança que vai além da morte.
5. Deve ser dada especial atenção
à essas estruturas de pecado que
frequentemente são a causa da pobreza, do desespero e da exclusão. É necessário
descobrir o sentido da profecia. Denunciar o mal e a tirania perversa e
invisível que acumula sempre mais e mais dinheiro nas mãos de cada vez menos
pessoas. Combater a idolatria do mercado, que muitas vezes é fonte de
desigualdade e de iniquidade, a qual por sua vez gera violência (Alegria do
Evangelho 59).
6. Os olhos de Maria e de Jesus no
ícone nos lembram quem são os destinatários privilegiados da nossa missão: os pobres e os
abandonados, os que vivem "sem esperança", as periferias
existenciais.
Aqueles que não são "notícia"
e não pesam nada na escala mundial. Todos devemos encontrar um estilo próprio
de "Igreja em saída", "hospital de campanha", "com as
portas sempre abertas". Temos que aumentar e fortalecer cada dia mais
aquela sensibilidade que a cultura da imagem e a civilização da aparência
ameaçam e buscam anestesiar.
Tradução:
Pe. Dionísio Zamuner
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!