Magnificat - Escola de fé e de compromisso social
O Magnificat, um compêndio de todas as orações[1].
Vasco Arruda afirma: “O Magnificat se tornou o meu mantra pessoal, e confesso que não o
trocaria por nenhum outro que porventura me fosse oferecido”[2].
O Documento de Puebla lembra que Maria não está
presente na evangelização de maneira decorativa, como se tratasse de um verniz
superficial[3].
Mas está presente na Igreja que quer evangelizar no fundo, na raiz da cultura
do povo. Pois esta é a hora de Maria (DP, 303).
Segundo Lina Boff, o culto à Virgem desemboca numa
prática que constrói o Reino e renova os costumes cristãos. Maria nos mostra um
horizonte sereno e nos dá mais esperança. Ela é a palavra:
- da vitória da esperança sobre a angústia;
- da comunhão sobre a solidão;
- paz sobre a perturbação e o medo;
- da alegria e da beleza sobre o tédio e a náusea;
- das perspectivas eternas sobre as temporais;
- da vida plena sobre a morte[4].
Como evangelizadores, devemos desenvolver uma
catequese mariana, mostrando que Nossa Senhora é uma só. Trata-se de Maria de
Nazaré, testemunhada pelas Sagradas Escrituras.
Lembrava o padre missionário redentorista, José
Ribolla, dizendo que há alguns pregadores que quando falam do Magnificat de
Maria ficam somente nos primeiros quatro versículos, “na vertical”. Quantos
“bons católicos” com “práticas religiosas”
ficam só na dimensão vertical que não incomoda e não tocam os grandes
escândalos das injustiças socias, sistemas injustos e estruturas pecaminosas.
Nem o “Pai nosso” nem o “Magnificat” querem somente uma ação passageira,
paternalista, ação caritativa de esmolas de “obras sociais” mas iluminam para a
ação transformadora de situações injustas, mudança de estruturas e sistemas
sociais.[5]
Há pregadores que as vezes exageram na linguagem, mas o que mais incomoda não é
só a linguagem, mas o nosso egoísmo, acomodação, orgulho, teimosia e os nossos
interesses materialistas e consumistas.
Os elementos do Magnificat foram retomados na oração
de Dom Helder Câmara intitulada “Invocação a Mariama”[6] que
foi pronunciada no final da Missa dos Quilombos.[7]
Esse texto faz parte do livro “Magnificat:
o cântico revolucionário de Maria, a mãe de Jesus” a ser editado pela
editora Paulus.[8]
Mais em www.mariologiapopular.blogspot.com
[1] DUMOULIN, Pierre. O Magnificat: uma escola de oração. Tradução José Joaquim Sobral. –
São Paulo: Editora Ave-Maria, 2003, p. 19
[3] DOCUMENTO de PUEBLA. 302, que cita Evangelii
Nunciandi 20.
[4] BOFF, Lina. Mariologia. Interpretações para a vida e para a fé, Petrópolis,
Vozes, 2007, p. 140.
[5] RIBOLLA, José. O jeito de Maria de Nazaré, Aparecida, Santuário, 1991, p. 36.
[7] A “ópera negra” Missa dos Quilombos composta
em 1981 por Milton Nascimento, Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra. A obra
interartística une música, poesia, texto, dança em uma temática que reúne
religião
Africana e Católica Romana. A canção faz uma referência à Maria Negra e
no Brasil ela intitula-se Nossa Senhora da Aparecida.
Komentarze
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!