Przejdź do głównej zawartości

São José - 19 de março

São José

São José ou José de Nazaré ou José, o Carpinteiro é, segundo o Novo Testamento, o esposo de Maria e o pai de Jesus . O nome José é a versão lusófona do hebraico Yosef (יוסף), por meio do latim Iosephus. Descendente da casa real de Davi, é venerado como santo pela Igreja Ortodoxa, Igreja Anglicana, e Igreja Católica, que o celebra como seu padroeiro universal. A Liturgia Luterana também dedica um dia ― 19 de março ― à sua memória, sob o título de "Tutor de Nosso Senhor". Operário, é tido como "Padroeiro dos Trabalhadores", e, pela fidelidade a sua esposa e dedicação paternal a Jesus, como "Padroeiro das Famílias", emprestando seu nome a muitas igrejas e lugares ao redor do mundo.

Homem que agradou a Deus


Não é sem razão que a Igreja, no meio da Quaresma, tira o roxo no dia 19 de março e coloca o branco na liturgia, para celebrar a festa de São José, esposo da Virgem Maria. Entre todos os homens do seu tempo, Deus escolheu o glorioso São José para ser pai adotivo de seu Filho divino e humanado. E Jesus lhe era submisso, como mostra São Lucas.
Santo Gertrudes (1256-1302), um grande místico da Saxônia, afirmou que “viu os Anjos inclinarem a cabeça quando no céu pronunciavam o nome de São José”.
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), a primeira doutora da Igreja, a reformadora do Carmelo, disse: “Quem não achar mestre que lhe ensine a orar, tome São José por mestre e não errará o caminho”. E declarava que em todas as suas festas lhe fazia um pedido e que nunca deixou de ser atendida. Ensinava ainda que cada santo nos socorre em uma determinada necessidade, mas que São José nos socorre em todas.
O Evangelho fala pouco de sua vida, mas o exalta por ter vivido segundo “a obediência da fé” (cf. Rm 1,5). Deus nos dá a graça para viver pela fé (cf. Rm, 5,1.2; Hb 10,38) em todas as circunstâncias. São José, um homem humilde e justo, “viveu pela fé”, sem a qual “é impossível agradar a Deus” (cf. Hab 2,3; Rm 1,17; Hb 11,6).

O grande doutor da Igreja Santo Agostinho compara os outros santos às estrelas, e São José ele o compara ao Sol. A esse grande santo Deus confiou Suas riquezas: Jesus e a Virgem Maria. Por isso, o Papa Pio IX, em 1870,  declarou São José Padroeiro da Igreja Universal com o decreto “Quemadmodum Deus”. Leão XIII, na Encíclica “Quanquam Pluries”, propôs que ele fosse tido como “advogado dos lares cristãos”. Pio XII o declarou como “exemplo para todos os trabalhadores” e fixou o dia 1º de maio como festa ao José Trabalhador.
Assista: “A história de São José”, com padre Fernando Santamaria
São José foi pai verdadeiro de Jesus, não pela carne, mas pelo coração; protegeu o Menino das mãos assassinas de Herodes o Grande, e ensinou-lhe o caminho do trabalho. O Senhor não se envergonhou de ser chamado “filho do carpinteiro”. Naquela rude carpintaria de Nazaré Ele trabalhou até iniciar Sua vida pública, mostrando-nos que o trabalho é redentor.
Na história da salvação coube a São José dar a Jesus um nome, fazendo-O descendente da linhagem de Davi, como era necessário para cumprir as promessas divinas. A José coube a honra e a glória de dar o nome a Jesus na Sua circuncisão. O Anjo disse-lhe: “Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21).
A vida exemplar desse grande santo da Igreja é exemplo para todos nós. Num tempo de crise de autoridade paterna, na qual os pais já não conseguem “conquistar seus filhos” e fazerem-se obedecer, o exemplo do Menino Jesus submisso a seu pai torna-se urgente. Isso mostra-nos a enorme importância do pai na vida dos filhos. Se o Filho de Deus quis ter um pai, ao menos adotivo, neste mundo, o que dizer de muitos filhos que crescem sem o genitor? O que dizer de tantos “filhos órfãos de pais vivos” que existem no Brasil, como nos disse aqui mesmo em 1997 o Papa João Paulo II? São José é o modelo de pai presente e atencioso, de esposo amoroso e fiel.
Celebrar a festa de São José é lembrar que a família é fundamental para a sociedade e que não pode ser destruída pelas falsas noções de  família, “caricaturas de família”, que nada têm a ver com o que Deus quer. É lutar para resgatar a família segundo a vontade e o coração de Deus. Em todos os tempos difíceis os Papas pediram aos fiéis que recorressem a São José; hoje, mais do que nunca é preciso clamar: “São José, valei-nos!” Ao falar desse santo, o Papa João Paulo II, na  exortação apostólica “Redemptoris Custos” (o protetor do Redentor), de 15 de agosto de 1989, declarou: “Assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo Místico, a Igreja” (nº1). “Hoje ainda temos motivos que perduram, para recomendar todos e cada um dos homens a São José (nº 31).
Celebrar a festa de São José é celebrar a vitória da fé e da obediência sobre a rebeldia e a descrença que hoje invadem os lares, a sociedade e até a Igreja. O homem moderno quer liberdade; “é proibido proibir!”; e, nesta loucura lança a humanidade no caos.

São José, tal como a Virgem Maria, com o seu “sim” a Deus, no meio da noite, preparou a chegada do Salvador. Deus Pai contou com ele e não foi decepcionado. Que o Altíssimo possa contar também conosco! Cada um de nós também tem uma missão a cumprir no plano divino. E o mais importante é dizer “sim” a Deus como São José. “Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado” (Mt 1,24).
Celebrar a festa de São José é celebrar a santidade, a espiritualidade, o silêncio profundo e fértil. O pai adotivo de Jesus entrou mudo e saiu calado, mas nos deixou o Salvador pronto para começar a Sua missão. É como alguém destacou: “O servo que faz muito sem dizer nada; o especial agente secreto de Deus”. Ele é o mestre da oração e da contemplação, da obediência e da fé. Com ele aprendemos a amar a Deus e ao próximo.
São José viveu o que ensinou João Batista: “É preciso que Ele [Jesus] cresça e eu diminua” (Jo 3,30).

A Paternidade
Os Evangelhos e a Sagrada Tradição Apostólica afirmam que o verdadeiro genitor de Jesus é Deus Pai: Maria, já tendo sido prometida em casamento a José, concebeu miraculosamente, sem que houvesse tido relações maritais com ninguém, por intermédio do Espírito Santo. Para o casal, tratou-se de um momento dramático, uma vez que, quando tomou ciência de que a esposa estava grávida de um filho que não era seu, José sentiu-se decepcionado e resolveu romper com ela, mas sem expô-la publicamente. O evangelista Mateus assim relata o episódio:

“           A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, comprometida em casamento com José, antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo.    ”
           
— Evangelho segundo Mateus, I,18-19, Bíblia de Jerusalém.
No entanto, após uma experiência mística num sonho, no qual um Anjo lhe aparecera, voltou atrás e reconheceu legalmente o Menino Jesus como seu legítimo filho.

“           Eis que o Anjo do Senhor manifestou-se a ele em um sonho, dizendo: 'José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados'. (...) José, ao despertar do sono, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em sua casa sua mulher.    ”
           
— Idem, I,21-24, Bíblia de Jerusalém.
Tendo assumido a guarda do menino, José ficou conhecido como suposto pai de Jesus4 . O evangelista São Lucas relata esse título:

“           Ao iniciar seu ministério, Jesus tinha mais ou menos trinta anos e era, conforme se supunha, filho de José.           ”
           
— Evangelho segundo Lucas, III,23, Bíblia de Jerusalém.
A profissão[editar | editar código-fonte]

São José, o Carpinteiro, de Georges de La Tour, 1640.
A profissão de José é mencionada pelo evangelista Mateus quando afirma, no capítulo XIII e versículo 55 de seu evangelho, que Jesus era filho de um tektōn (τέκτων): termo grego que costuma receber várias interpretações. Ainda que a tradição lhe atribua estritamente a profissão de carpinteiro, o fato é que o título grego é genérico, sendo usado para designar os trabalhadores envolvidos em atividades econômicas ligadas à construção civil. Outras vertentes costumam considerar José como sendo um canteiro, ou seja, um operário que talhava artisticamente blocos de rocha bruta.

Os evangelhos reivindicam que Jesus, antes de iniciar sua vida pública, desempenhou a profissão do pai. O primeiro evangelista que atribui-lhe o título é São Marcos, que refere-se a Jesus como "o Carpinteiro", no capítulo VI, versículo 3 da sua narrativa sinótica que relata uma sua visita a Nazaré na qual seus compatriotas chamavam-no ironicamente pela profissão para desqualificá-lo como pregador. Mateus, por sua vez, retoma o mesmo episódio na sua versão do evangelho, mas com uma variante:

“           Não é o filho do carpinteiro? Não se chama a mãe dele Maria e os seus irmãos Tiago, José, Judas e Simão?      ”
           
— Evangelho segundo Mateus, XIII, 55, Bíblia de Jerusalém.
A tradicional tradução da expressão grega tektōn por carpinteiro se deve ao fato de que os Padres da Igreja e a própria Vulgata de São Jerônimo versavam-na para o nominativo latino făbĕr, fabri: termo que denota o artesão.

A genealogia e vida pré-matrimonial[editar | editar código-fonte]
As notícias dos evangelhos sinóticos sobre São José são escassíssimas. Lucas e Mateus narram episódios cristocêntricos em que o carpinteiro está envolvido, dizendo que José era descendente do rei Davi e residia no pequeno povoado de Nazaré; João apenas o menciona como membro da Sagrada Família5 ; ao passo que Marcos sequer cita expressamente seu nome.

As versões dos dois evangelistas que pormenorizam a árvore genealógica de Jesus divergem no que se refere a quem teria sido o pai de José:

“           Jacó gerou José, o esposo de Maria da qual nasceu Jesus chamado Cristo.      ”
           
— Evangelho segundo Mateus, I, 16, Bíblia de Jerusalém.
“           Ao iniciar seu ministério, Jesus tinha mais ou menos trinta anos e era, conforme se supunha, filho de José, filho de Eli.  ”
           
— Evangelho segundo Lucas, III, 23, Bíblia de Jerusalém.
A teologia protestante tenta elucidar essa discrepância, afirmando que Lucas, na verdade, estivesse registrando a genealogia de Maria, ao passo que Mateus, esse sim, a de José6 . Segundo esta vertente, Mateus segue a linhagem de José segundo a lei, remontando a Salomão, filho de Davi; Lucas, por sua vez, estaria seguindo a linhagem consanguínea de Jesus, por meio de Maria, esposa de José, mencionando Natã, filho de Davi. Como não havia designação própria para genro7 , José teria sido considerado um filho de Eli por ter se casado com Maria, filha de Eli. A interpretação é compartilhada pela Igreja Católica, cuja tradição considera ser Eli (Eliaquim ou Joaquim) o pai de Maria8 .


Mosaico na cúpula sul da Igreja de São Salvador em Chora de Istambul, agregando os alegados filhos de S. José à genealogia de Cristo Pantocrator.
Se por um lado os evangelhos canônicos são reticentes em relação ao carpinteiro de Nazaré, os apócrifos oferecem detalhes interessantes, especialmente o Protoevangelho de Tiago, escrito provavelmente no ano de 150 que afirma que José era originário de Belém e, antes do matrimônio com a Virgem Maria, teria se casado com uma mulher com quem teve seis filhos: quatro homens (Judas, José, Tiago e Simão) e duas mulheres (Lísia e Lídia). No entanto, teria ficado viúvo bem cedo e com os filhos para educar. A Igreja Ortodoxa acolhe esta versão, retratada nos mosaicos da Igreja de São Salvador em Chora de Constantinopla, ainda que a Igreja Católica rejeite essa tradição.

De acordo com os apócrifos, José, já em idade avançada, se uniu a um grupo de homens celibatários da Palestina, todos descendentes de Davi, reunidos por pregadores provenientes de Jerusalém. O sacerdote Zacarias teria ordenado que todos os filhos da estirpe real fossem convocados para disputar o matrimônio com a Virgem Maria, futura Mãe de Jesus, à época com doze anos e que vivera por nove anos no Templo de Jerusalém. Por indicação divina, estes homens castos conduziram até o altar o seus cajados, dentre os quais Deus faria florir o do escolhido: José foi o escolhido. Hesitante no começo devido a grande diferença de idade, foi admoestado por Zacarias a se submeter à vontade divina, acolhendo a moça em sua casa.

A vida familiar em Nazaré

São José no altar, Igreja de São José no centro da cidade do Rio de Janeiro, Brasil
Os evangelhos resumem em poucas palavras a infância de Jesus, um período aparentemente normal, durante o qual, na oficina de José, o menino se preparava para a sua missão. Apenas um momento escapa a essa normalidade e é descrito por Lucas. Quando Jesus tinha 12 anos, José levou-o juntamente com Maria em peregrinação até Jerusalém para as festividades da Páscoa. Transcorridos, porém, os dias da festa, enquanto voltava para casa, Jesus ficou na Cidade Santa, sem que José e Maria percebessem. Depois de tê-lo procurado por três dias entre a multidão de peregrinos, foram finalmente encontrá-lo no templo, discutindo as Escrituras com os doutores da Lei. De acordo com o evangelista Lucas, sua mãe o repreendeu, falando-lhe da preocupação que afligiu-a assim como ao marido. Jesus, por sua vez, afirma ter Deus por Pai, na presença de José.

“           Ao vê-lo, ficaram surpresos, e sua mãe lhe disse: 'Meu filho, por que agiste assim para conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos'. Ele respondeu: 'Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?'      ”
           
— Evangelho segundo Lucas, II, 48-49, Bíblia de Jerusalém.
No entanto, ainda que tivesse ciência de que José não fosse seu genitor, o adolescente Jesus comportava-se diante dele como um verdadeiro filho, respeitando-o. É o que confirma o trecho subsequente da mesma narrativa de Lucas.

“           [Jesus] Desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, conservava a lembrança de todos esses fatos em seu coração.      ”
           

A morte de São José representada num vitral inferior na Igreja de São Austremônio de Clermont em Issoire.
Quando Jesus começou sua vida pública aos 30 anos, muito provavelmente José já era morto. De fato, sua presença não é mencionada depois do segundo capítulo de Lucas. Soma-se à suposição o fato de que, quando Jesus é crucificado, este confia Maria ao seu discípulo amado, o qual, segundo o evangelista João, "A partir dessa hora, a recebeu em sua casa"9 : uma preocupação que não teria sentido se José ainda fosse vivo.

Os livros canônicos mantêm-se silenciosos em relação ao término da vida de José. Há, contudo, livros apócrifos que relatam como teriam sido as horas derradeiras do pai adotivo de Jesus. Um exemplo é a narrativa apócrifa História de José, o Carpinteiro, escrita entre os séculos VI-VII, e que descreve detalhadamente o falecimento do santo. Segundo o escrito, composto em língua copta, José morreu no dia 26 do mês egípcio de epip (20 de julho no calendário gregoriano), aos 111 anos, gozando sempre de ótima saúde, "com todos os dentes intactos", e trabalhando até seu último dia 10 . Avisado por um anjo sobre a eminente morte, vai ao Templo de Jerusalém adorar a Deus e, no retorno, contrai uma doença fatal que o faz sucumbir. Extremado em seu leito, envolto pelo temor da morte, só encontra consolação em Jesus, o único que consegue acalmá-lo. Circundado pela esposa e pelos filhos de um primeiro casamento, sua alma é arrebatada pelos Arcanjos Miguel e Gabriel e conduzida ao Paraíso.

“           Nenhum dos que rodeavam José havia percebido a sua morte, nem sequer minha mãe Maria. Eu confiei a alma do meu querido pai José a Miguel e a Gabriel, para que a guardassem contra os raptores que saqueiam pelo caminho e encarreguei os espíritos incorpóreos de continuarem cantando canções até que, finalmente, depositaram-no junto a meu Pai no céu.          ”
           
— História de José, o Carpinteiro, XXIII.
De acordo com o apócrifo, o próprio Jesus teria banhado e ungido com bálsamo o corpo de José, pronunciando sobre ele uma bênção. Não se sabe ao certo onde se encontram os restos mortais de São José. Nas crônicas dos peregrinos que visitaram a Palestina, se encontram algumas indicações acerca do sepulcro do santo. Duas delas apontam Nazaré e outras duas, Jerusalém no Vale do Cédron. Não existem, no entanto, argumentos consistentes que respandem nenhuma das alegações.

São José segundo os Escritos Patrísticos

O escopo principal dos primeiros teólogos cristãos é o de libertar a figura do santo das várias devoções populares e das heresias provenientes de livros apócrifos e chegar assim, por meio do estudo dos evangelhos, a um acurado exame da genealogia de Jesus, do matrimônio de José e Maria, e da constituição da Sagrada Família. Estes três momentos essenciais são recorrentes em suas pesquisas. Às vezes, se acrescentam também reflexões cristológicas, para poder interpretar certas hipóteses que se referem à lei do matrimônio, à justiça de José, e o valor dos seus seus sonhos, mesmo que não se consiga nunca apresentar um seu perfil biográfico.

O primeiro autor que recorda José é Justino. No Século III, Orígenes, numa homilia, quis evidenciar que "José era justo e a sua virgem era sem mancha. A sua intenção de deixá-la se explica pelo fato de ter reconhecido nela a força de um milagre e um mistério grandioso. Para aproximar-se disso, ele se considera indigno". No Século IV, é a vez de Cirilo de Jerusalém, Cromácio de Aquileia e Ambrósio de Milão ponderarem sobre a virgindade perpétua de Maria, sobre o matrimônio de José com ela, e sobre a verdadeira paternidade de seu esposo. Por exemplo, Cirilo de Alexandria propõe uma discussão na qual tenta debater a paternidade de José, ligando-o à figura de Santa Isabel.

Segundo Cromácio[editar | editar código-fonte]
De São Cromácio, restam 18 sermões que retomam os primeiros capítulos do Evangelho de Mateus. Ele afirma: "Não por acaso Mateus procura assegurar que Cristo Senhor nosso é descendente tanto de David quanto de Abraão, já que tanto José quanto Maria trazem em sua origem a linhagem de Davi, isto é, tem uma origem real".

No terceiro sermão, Cromácio se dedica a um profundamento teológico da narrativa de Mateus (Mateus 1:24-25}:


O sonho de José.
(1765-70) José Luzán. Óleo em madeira, 134 x 53 cm. Museu de Belas Artes de Zaragoza, Espanha.
“           Continua a narrar o evangelista: Despertando do sono, José fez como lhe havia ordenado o anjo do Senhor e tomou consigo sua esposa, com a qual não manteve relações carnais. Ela deu à luz um filho, que ele chamou Jesus. Assim, José é esclarecido sobre o sacramento do mistério celeste mediante um anjo: José obedece de bom grado às recomendações do anjo; cheio de alegria, dá execução aos divinos comandos; por isso, toma consigo a Virgem Maria; deve estar orgulhoso das promessas que anunciam tempos novos e alegres, porque, por uma missão única, a que lhe confia a majestade divina, decide-se fazer mãe uma virgem, sua esposa, como ele tinha merecido ouvir pelo anjo. Mas há uma expressão do evangelista: 'E ele não a conheceu até que ela deu à luz um filho', que sofre uma declarações, quando gente sem critério (os hereges e os leitores dos apócrifos) questionam-na continuamente; e dizem que, depois do nascimento do Senhor, a Virgem Maria teria conhecido carnalmente José. Mas a resposta à objeção movida por eles vem tanto da fé quanto da razão: a impressão do evangelista não pode ser interpretada do modo que entendem aqueles tolos! Deus nos livre de afirmar semelhante coisa, depois de termos conhecido o sacramento de um tão grande mistério, da concepção do Senhor, que se dignou nascer da Virgem Maria. (…) Noé se impôs a abstinência do dever conjugal. Se quisermos um outro exemplo, Moisés, depois de ter percebido a voz de Deus na sarça ardente, também ele se absteve de qualquer relação conjugal pelo tempo subsequente. E seria permitido acreditar que José, que a Escritura define como homem justo, tenha tido relações carnais com Maria, depois que ela deu à luz o Senhor? A explicação do texto evangélico: 'E ele não a conheceu até que ela deu à luz um filho' é a seguinte: frequentemente a Escritura Divina atribui um prazo para as coisas que não tem prazo e determina um tempo para aquelas coisas que por si não são concluídas dentro de um determinado tempo.            ”
           
— São Cromácio, Sermão III.

Segundo Ambrósio e Agostinho

Interpretações similares podem demonstrar também em Santo Ambrósio esforça-se para apresentar José como um homem íntegro. Ele adverte que o evangelista, quando explica a imaculada conceição de Cristo, vê em José um homem justo incapaz de contaminar "Sancti Spintus templum, ou seja, a Mãe do Senhor fecundada no seio pelo mistério do Espírito Santo".

No comentário clássico do evangelho, feito pouco depois do Natal de 417 por Santo Agostinho no Sermão sobre a Genealogia de Cristo, são retomadas preciosas informações e opiniões anteriores. José é descrito como um homem autenticamente justo, tão justo que, quando supos que Maria tivesse adulterado, não quis denunciá-la nem expô-la ao público cruel. Decidiu deixá-la em discretamente, já que não apenas não queria puni-la, como tampouco acusá-la.

“           Muitos perdoam as mulheres adúlteras impelidas pelo amor carnal, querendo tê-las, mesmo adúlteras, com o escopo de aproveitá-las para satisfazer a própria paixão carnal. Este marido justo, ao contrário, não quer tê-la; o seu deleite, pois, não tem nada de carnal; assim como não quer nem mesmo puni-la; o seu perdão, portanto, é unicamente inspirado pela misericórdia.       ”
           
— Santo Agostinho, Discurso 51, Concordância dos Evangelistas Mateus e Lucas em relação à Genealogia do Senhor.

"Jesus encontrado no Templo" de James Tissot .
Agostinho joga luz no significado da sua paternidade, explicando como a Escritura queira demonstrar que Jesus não nasceu pela descendência carnal de José, uma vez que ele se encontrava angustiado, porque não sabia como a esposa pudesse estar grávida. Para atestar a não paternidade de José, Agostinho cita o episódio do desaparecimento de Jesus no templo, quando este lhe diz: "Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?".

“           Responde assim, porque o Filho de Deus estava no templo de Deus. Aquele templo, de fato, não era de José, mas de Deus. Como Maria dissera: "Teu pai e eu, aflitos, te procurávamos", e lhe responde: "Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?". Na realidade, ele não queria fazer acreditar que fosse filho deles sem que fosse, ao mesmo tempo, Filho de Deus. Na verdade, enquanto Filho de Deus, ele é sempre tal e é criador de seus próprios pais; enquanto filho do homem, por outro lado, a partir de um dado tempo, nascido da Virgem sem consorte, tinha um pai e uma mãe.      ”
           
— Idem.
Agostinho sente, porém, a necessidade de dizer que Jesus não rejeita José como seu pai e, na verdade, sublinha como o jovem Nazareno comportava-se durante a própria adolescência submetido aos seus pais, tanto a Maria quanto a José. Para Agostinho, é muito importante explicar que a paternidade de José, visto que as gerações são contadas segundo a sua linhagem e não segundo a de Maria.

“           Enumeremos por isso as gerações ao longo da linhagem de José, porque ao mesmo modo que é um casto marido, é também um casto pai.         ”
           
— Ibidem.

"São José" de El Greco.
Segundo o Pseudo-Crisóstomo e o Pseudo-Orígenes[editar | editar código-fonte]
No Século VI José aparece nas homilias do Pseudo-Crisóstomo e do Pseudo-Orígenes. Na homilia do Pseudo-Crisóstomo, José é tido como um homem justo em palavras e em ações, no cumprimento da lei e por ter recebido a graça. Por isso, mesmo pretendendo deixar secretamente Maria, ele não duvidava das suas palavras, mas uma grande angústia enchia seu coração e quando lhe apareceu o anjo, José se perguntou porque não se apercebeu antes da concepção de Maria, para que aceitasse o mistério sem dificuldades.

Também na homilia do Pseudo-Orígenes, se manifesta a intenção de refletir sobre a mensagem anterior do anjo. Ele pergunta:

“           José, por que tens dúvidas? Por que tens pensamentos imprudentes? Por que meditas sem razão? É Deus que é gestado e é a Virgem quem o gesta. Nesta gestação, és tu aquele que ajuda e não aquele da qual ela depende. És o servo e não o senhor, o doméstico e não o criador.  ”
           
— Pseudo-Orígenes, Homiliae in Matthaeum, Homilia VII.
Nos últimos séculos do primeiro milênio os diversos aspectos da existência e da missão de José, procurando expor a etimologia do seu nome, a descendência davídica e, sobretudo, as mesmas realidades bíblico-teológicas.

A posição de outras religiões[editar | editar código-fonte]
Judaísmo[editar | editar código-fonte]
Os judeus admitem a existência histórica de José. No entanto, diversamente dos cristãos, acreditam que o título de "Filho do Carpinteiro", atribuído a Jesus, deva-se à sua filiação também segundo a carne. O judaísmo, portanto, não professa a concepção virginal de Jesus, mas a atribui à ação de José.

Em alguns textos hebraicos, ainda que não pertençam oficialmente à literatura rabínica, há um esforço por interpretar a figura do carpinteiro de Nazaré de modo bem diverso do tradicional. Tal é o caso do livro Toledot Yeshu, uma espécie de antievangelho, que começa sua narrativa detalhando uma alegada transgressão de "José Pandera", como é chamado, o qual teria enganado Míriam, uma virgem prometida a outro homem, fingindo ser o esposo e seduzindo-a contra sua vontade 11 . Alguns polemistas cristãos, aliás, têm usado o Taledot desde o Século IX para inflamar a hostilidade contra os judeus.12

Islamismo

Embora os muçulmanos não neguem a existência de José, não há menção a ele no Alcorão, nem tampouco que a Virgem Maria estivesse prometida em casamento. Na teologia islâmica, Isa – nome árabe de Jesus que é respeitado no Islã como profeta – não é descendente de Davi, mas o resultado de um milagre divino.13 Assim como Adão, que não teve ascendência humana, Jesus também não teria tido nenhum homem como pai, nem tampouco sua mãe teria se casado.

Candomblé
Durante o período da Escravatura no Brasil, nas senzalas, para poderem cultuar os seus Orixás, os negros foram obrigados a usar como camuflagem altares com as imagens de santos católicos, cujas características melhor correspondiam às suas divindades africanas, e por baixo desses altares escondiam os assentamentos dos Orixás, dando assim origem ao chamado sincretismo.

No Candomblé, São José é sincretizado com Aganju, ou Xangô Aganju,14 sendo tratado como uma entidade primordial, associada à terra (em oposição à água) e às montanhas e vulcões.


São José

“Ide Todos a São José”
19 de Março

“São José escolhido pelo Pai para ser o guarda fiel e providente dos seus dois maiores tesouros: O Filho de Deus e a Virgem Maria, e ele cumpriu com a máxima fidelidade sua missão. Eis porque o Senhor lhe disse: ‘Servo Bom e Fiel! ’ Vem participar da alegria do teu sonho”. (Mt 25,21) (Sermão de São Bernardino de Sena).
No livro Gênesis 42,25 vemos que José do Egito filho de Jacó, ordenado que se enchessem as sacas de trigo pata saciar a fome de Israel... E provisões para o caminho de volta.
O Papa Leão XIII, na sua famosa encíclica de cinco de agosto de 1889, quando proclamou São José padroeiro da Igreja Universal fez a comparação entre estes dois grandes Josés dizendo: “Esses dois homens assemelham-se extraordinariamente, não apenas pelo nome, mas pelas virtudes e pelas suas vidas, ambas ricas em provações e alegrias”.

Quem foi São José!

Que o Messias havia de nascer da linhagem de Davi, era uma afirmação tão claramente expressa nos profetas que não havia qualquer hesitação a esse respeito. Portanto quando o anjo do Senhor aparece em sonhos a José, antes do nascimento de Cristo, dirigi-se a ele dando-lhe o seu titulo de nobreza: José filho de Davi... (Mt 1,20)
A genealogia de José é enfatizada tanto na narrativa de Mateus como na de Lucas. Em Mateus lemos que Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus Cristo.
Pouco ou quase nada sabemos de sua vida, a não ser que era filho de Jacó e que sua mãe chamava-se Estha. Hegesipo, historiador no século II, que viveu na Palestina, afirmou que José era irmão de Alfeu (Cleófas).
Foi ele também que afirmou que Cleófas casou com Maria (Cleófas), uma das mulheres que estava aos pés da Cruz e que também era mãe de Tiago, José, Simão, Judas e de mais três moças. (Os ditos irmãos de Jesus – Primos).
Provavelmente São José nasceu em Nazaré, tanto na aldeia como nos arredores todos sabiam que ele era descendente do Rei Davi apesar de sua pobreza e humildade.
São José era, conforme os Apócrifos, um Faber Ignarius – Operário de Madeira ou carpinteiro.
São José foi o patriarca da transição do Antigo para o Novo Testamento. O Guardião Providente da Sagrada Família. José –“Aquele que acrescenta”.
José, O Justo, conforme as escrituras foi escolhido por Deus para ser esposo da Virgem Maria e o Pai adotivo do Messias.
Provavelmente o que mais chamou a atenção de Deus sobre José, foi à bondade e o silêncio. Enquanto, em sua carpintaria, manuseava as ferramentas com suas mãos habilidosas e calejadas, seu coração permanecia unido a Deus.
Deus propõe á José a maior de todas as dádivas, a mais importante missão confiada a um homem, e em compensação a maior glória no céu. Isto tudo tendo incontáveis provações.
José entende e de coração atende a Deus, e com toda a sua humildade e pobreza, acolhe Maria, A Virgem de Nazaré, casa-se com ela e com o suor de seu rosto prove o sustento daquele que ao mundo sustenta.
Seguem para Belém, e lá na terá do Rei Davi, o filho de Deus nasce e seus primeiros adoradores são Maria e José.
Em sonho José é avisado a fugir para o Egito, fogem de madrugada para salvar a esperança de um povo.
Retornam a Nazaré, e seguem o curso comum da história de pessoas aparentemente comuns.
São José ensinou Jesus a ser homem, a conhecer as letras, e a manusear com as ferramentas e as madeiras.
São José era a ternura de Deus-Pai, humanado.
É invocado como o patrono da Boa Morte, pois teve a mais privilegiada da humanidade. Tendo de um lado Jesus e de outro Maria e provavelmente recomendou a Jesus que cuidasse bem de sua Mãe!
A devoção a São José é antiqüíssima, o Papa Clemente XI, compôs o oficio com os hinos para o dia 19 de Março.
Dizem que São José é quem confecciona os tronos da glória celeste e que depois são ornados com a Graça de Deus.
Santa Tereza de Jesus dizia: “Tomei a São José por meu advogado e protetor e não me lembro de ter-lhe pedido algo que não me atendesse... quisera persuadir o mundo inteiro a ser devoto deste glorioso Santo”.
Lembrai-Vos glorioso São José!
Amém

Paz e Bem!

Komentarze

Popularne posty z tego bloga

Diferentes numerações e tradução dos Salmos

Diferentes numerações e tradução dos Salmos Muitas vezes, encontramos em nossas Bíblias e nos folhetos de Missa dois números diferentes em cima de um Salmo. Um número está entre parênteses. E, em geral, a diferença entre os dois números não passa de um. Por que acontece isso? Precisa ser dito, por primeiro, que os Salmos foram escritos, originalmente, na língua hebraica. Assim chegaram a fazer parte das Sagradas Escrituras do povo judeu. Posteriormente, por sua vez, também os cristãos acolheram essas tradições – e, com isso, os Salmos – como suas Sagradas Escrituras, lendo tais textos como primeira parte de sua Bíblia, ou seja, como Antigo Testamento. “Antigo” indica, neste caso, simplesmente aquilo que existiu por primeiro.   A numeração diferente dos Salmos,

Magnificat - Cântico de Maria (Lc 1,46-55)

Magnificat - Cântico de Maria (Lc 1,46-55) Atenção!!! Em breve o novo livro do padre José Grzywacz, CSsR Magnificat: cântico revolucionário de Maria, a mãe de Jesus. CURSO DE MARIOLOGIA -  Pe. Eugênio Antônio Bisinoto C. Ss. R. Organização: Pe. Jozef Grzywacz, CSsR No canto de Maria (Lc 1,46-55), Lucas traz belíssimo hino em que Maria , cheia de fé, louva a Deus em sua vida, na história da humanidade e no povo de Deus. -    O Magnificat é o canto de Maria na casa de Isabel e de Zacarias, em que ela, cheia do Espírito Santo, proclama as maravilhas de Deus em sua existência e no povo. 1.    O canto de Maria foi denominado de Magnificat, primeira palavra na versão desse hino, significando engrandecer ou exaltar.

A BÍBLIA MANDOU E PERMITE O USO DE IMAGENS DE SANTOS

A BÍBLIA MANDOU E PERMITE O USO DE IMAGENS DE SANTOS Sobre o uso de imagens no culto católico, leia sua Bíblia em: Êxodo 25, 18-22;31,1-6 (Deus manda fazer imagens de Anjos); Êxodo 31,1-6 (Deus abençoa o fazedor de imagens) Números 21, 7-9; (Deus manda fazer imagem de uma Serpente e quem olhasse para a imagem era curado) 1 Reis 6, 18. 23-35; I Reis 7, 18-51; (O Templo de Jerusalém era cheio de imagens e figuras de anjos, animais, flores e frutos) 1 Reis 8, 5-11; (Deus abençoa o templo de Jerusalém cheio de imagens e figuras) Números 7, 89; 10,33-35; (Os judeus veneravam a Arca que tinha imagens de Anjos e se ajoelhavam diante dela que tem imagens) Josué 3, 3-8; (procissão com a arca que tinha imagens) Juízes 18,31 (Josué se ajoelha diante da Arca com imagens para rezar) 1 Samuel 6, 3-11; (imagens são usadas)