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Assunção


Reflexão A Assunção de Maria: Uma verdadeira Teologia da Mulher

Publicado em 12/08/2015 por Província BRE

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Por: Pe. André Vital Félix da Silva, SCJ



A solenidade da Assunção de Maria aos céus, em corpo e alma, não é apenas uma expressão de uma devoção mariana reconhecida oficialmente pela Igreja Católica Romana, ou simplesmente uma comemoração imposta por uma declaração dogmática. Segundo C. G. Jung (1875-1961), psiquiatra e psicoterapeuta suíço, de origem protestante, fundador da Escola Analítica e grande estudioso, entre outros campos, da psicologia e da religião, a proclamação do Dogma da Assunção de Maria (Pio XII, 01.11.1950) representou um importante marco para humanidade: “O dogma da Assunção de Maria ao céu é o acontecimento religioso mais importante da era moderna depois da Reforma” (Resposta a Jó, C.G. Jung, 1952). Para ele, este fato proclamado dogma de fé representa uma revolução no imaginário coletivo e um reconhecimento do seu enorme poder. Reconhecer que o primeiro ser humano já assunto ao céu, antes da parusia, além do Filho de Deus, era uma mulher, favorece uma grande guinada na compreensão do valor e da dignidade da mulher. Portanto, estamos diante de uma verdadeira teologia da mulher. A mulher Maria, assumida por Deus, não deixa de ser humana, mas ilumina a realidade humana do ser de toda mulher.



O papa Francisco, por ocasião de sua viagem de retorno da JMJ no Brasil (2013), afirmou a necessidade de uma verdadeira teologia da mulher. E, logo em seguida, durante o Angelus na solenidade da Assunção daquele mesmo ano, incentivou: “Meditando sobre o mistério bíblico da mulher, condensado em Maria, todas as mulheres encontrem ali a si mesmas e a plenitude da sua vocação, e toda a Igreja aprofunde e compreenda melhor o papel tão grande e importante das mulheres” (15.08.2013).



O próprio enunciado da proclamação dogmática: “Assunção corpórea da Virgem Maria ao céu” nos chama a atenção para duas grandes verdades sobre Maria, “a mulher toda de Deus e tão humana”. Antes de tudo, a sua natureza de criatura, distinta da divindade, reconhecida como um ser humano concreto, onde a sua historicidade é inegavelmente proclamada na sua corporeidade, numa identidade garantida pea riqueza de diversidade (alma e corpo) e, ao mesmo tempo, pela sua indestrutível unidade, uma vez que foi assunta na sua totalidade e não apenas uma parte do seu ser. Recupera-se, por conseguinte, a visão antropológica mais condizente com a realidade humana. O ser humano não é uma soma de matéria e espírito, nem muito menos uma alma aprisionada no corpo, que anseia por libertação do cárcere, mas uma realidade que tem a sua identidade nessa unidade toda destinada à salvação. Portanto, o ser feminino não pode ser puro objeto de manipulação de ideologias, que muitas vezes se apresentam como reivindicadoras dos mais legítimos direitos da mulher, mas que na verdade consideram apenas o seu corpo como uma realidade desvinculada de todo o seu sentido transcendental, de seu ser matriz e santuário de vida. Defendendo-a como dona despótica do seu corpo, esquece-se que ela é o seu corpo, e que esta dicotomia não passará de mais uma forma de sujeitá-la a dominações ideológicas. Maria proclama no Magnificat: “Minh’alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador”.

Literalmente, nephes (garganta) indica o seu corpo e ruah (sopro) o princípio vital. Logo todo o seu ser proclama os grandes feitos do Senhor. O louvor de Deus não é restrito à sua dimensão espiritual, mas alcança e promana de todo o seu ser.



Diante de uma sociedade destruída pelas grandes guerras, especialmente a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), onde o corpo do ser humano foi tratado como um monte de lixo, onde seus cadáveres eram lançados em valas comuns, sem nenhuma dignidade de sepultura ou respeito, proclamar a Assunção de Maria em corpo e alma era uma grande denúncia desta atrocidade para com o corpo humano que tem uma dignidade, pois é destinado, também ele, à plenitude. A mulher, na sociedade hodierna, muitas vezes reduzida à superficialidade do seu corpo, é tratada como um objeto de prazer e sensualismo, instrumentos de pura dominação mercadológica. A frase-a-dignidade-da-mulher-e-medida-pela-categoria-do-amor-papa-joao-paulo-ii-139217_FotorAssunção de Maria denuncia tal manipulação, quando indica que o corpo destina-se às alturas e não ao imediatismo rasteiro das sensações: “Elevou os humildes, depôs os dominadores” (Lc 1,52).



Para além de qualquer tentativa cinematográfica de querer representar a elevação de Maria aos céus, deixemo-nos envolver pelo mistério do modo de fazer de Deus, que é expressão do seu amor criativo, que foge à qualquer lógica humana, pois supera toda possibilidade de compreensão: “Para Deus nada é impossível” (Lc 1,37). Os céus, na Sagrada Escritura, é um modo limitado que nossa linguagem encontrou para falar da morada de Deus, de afirmar o reconhecimento da sua existência: “Eu habito em lugar alto e santo…” (Is 57,15; 66,1; At 7,49; Ap 4,1-11). Por outro lado, a mesma Sagrada Escritura está repleta de testemunhos que comprovam que o Deus que habita nos céus está junto do seu povo, especialmente: “junto ao abatido e humilde” (Is 57,15). Maria o proclama no seu cântico: “O Poderoso olhou para a humilhação de sua serva” (Lc 1,48). O percurso da descida do Deus do céu à terra dos homens alcançou sua plenitude na Encarnação: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14). E onde isto aconteceu: “Descerá sobre ti e o poder do altíssimo te cobrirá… Por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1,35). A Assunção de Maria é uma consequência necessária da Encarnação. O Filho que nela se encarnou, e que viveu, morreu, ressuscitou e subiu aos céus, abriu o caminho de subida para todos aqueles que filhos de Deus se tornaram não pelo desejo da carne, mas de Deus (Jo 1,13). Jesus, às vésperas de sua paixão pediu ao Pai: “Onde eu estou quero que estejam os que me destes para que contemplem minha glória” (Jo 17,24). Entre os que o Pai deu a Jesus, figura em primeiro lugar a sua Mãe. Ao encarnar-se, o Verbo recebeu uma morada, e esta morada foi o coração e o seio de sua mãe, isto é, onde ele esteve por primeiro. Portanto, este pedido de Jesus aplica-se perfeitamente à sua mãe. Onde ele estiver estará quem lhe foi dado pelo Pai. Dessa forma, a verdade da Assunção de Maria é consequência da resposta à simples pergunta: Onde está Jesus?

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